Nesta sexta-feira dia 28/05, entrevistamos Aceli de Assis Magalhães que nos explicou um pouco mais sobre astrologia.
Começamos falando sobre a história dela com a psicologia e ela disse que tinha se preparado para fazer química, mas no dia em que ela tinha que fazer a inscrição para o curso ela teve um sonho dizendo para ela fazer psicologia então ela foi lá e fez, “Mas depois quando eu me tornei profissional eu percebi que eu tinha tudo a ver com a psicologia”. Ela disse que a família dela tinha grandes preocupações com sonhos, “As minhas duas avós moravam longe da família, então elas sonhavam com as pessoas e quando iam atrás do sonho, o que tinha sido sonhado era verdade, então elas conseguiam notícias através dos sonhos”, ela disse também que quando nasceu a mãe dela estava depressiva porque a avó materna dela estava doente e isso marcou muito ela, fazendo com que desde pequena ela prestasse mais atenção nas pessoas e nos sentimentos delas.
“Eu fiquei muito brava com a faculdade, porque naquela época eles montaram um curso de psicologia que só trabalhava a psicologia comportamental, aquela que treina ratos, e eu ficava muito brava com aquilo porque era uma judiação ver o rato sendo treinado daquele jeito e eu não acreditava naquela psicologia” ela disse que saiu da faculdade e foi procurar por uma psicologia que ela gostasse. Depois de dois anos procurando, o marido da irmã dela fez um curso de astrologia e ensinou pra família sobre o assunto, “Conforme eu fui aprendendo astrologia eu fui percebendo que eu gostava muito de falar de signos, e um dia o meu marido pegou uma reportagem no jornal, que era a comemoração de 100 anos de vida do Jung” e depois disso ela se tornou junguiana, ela também disse que não é astróloga, que ela lê os símbolos. Ela contou que nos primeiros anos de trabalho ela trabalhou em escola, cuidando da dinâmica familiar, como as famílias se relacionavam com os filhos e com a escola por cinco anos, e depois disso, os pais a procuraram para continuar sendo orientados pela psicóloga, “E daí eu me tornei uma terapeuta de família e depois uma terapeuta de adultos, que é o que eu sou hoje”. Ela trabalhou por 17 anos na FAAP, deu aula em faculdade até 2015, quase 30 anos de ensino nas faculdades, ela também fez um mestrado em psicologia na formação dos professores e depois o doutorado sobre a formação das famílias, “Hoje eu dou aula em cursos de formação de terapeutas, em cursos de mitos que é onde se estuda símbolos, faço formação com comunidades indígenas porque também se estuda símbolos, das comunidades africanas e fiz pós-graduação em linguagens e cultura indígena e africana”
Perguntamos se, para ela, a astrologia e ciências tinham algo a ver e ela falou que hoje ela estuda mitos e astrologia, que são áreas de conhecimentos que foram renegadas pela nossa consciência atual, “Do ano 1.500 para cá, a gente teve uma grande mudança no jeito de ver o mundo, a gente passou a ter cada vez mais uso da nossa lógica” ela falou que se pegarmos culturas diferentes como a de 1.500 anos atrás, ou de uma tribo indígena hoje, ou até mesmo os contos de fadas, vamos perceber que não tem um conhecimento lógico, que vemos um conhecimento intuitivo,
“O Einstein, ele conta para nós o quanto ele teve um conhecimento intuitivo, você percebe que ele tem um grau de emoção enorme por tudo o que ele fez, ele tem uma sensação de que aquilo foi um ato tão importante”, falou que não foi a lógica que ele foi desenvolvendo, não foi o ‘2+2’ e sim uma percepção que ele teve, então temos todo um tipo de conhecimento que é mais intuitivo. “Então a arte, a mitologia, a astrologia e a alquimia, são trabalhos intuitivos diferente da matemática, física, química e da biologia” disse que mesmo nós, quando estamos trabalhando com arte podemos perceber que estamos trabalhando com uma função diferente, que é um outro jeito de trabalhar, o que é diferente de uma percepção lógica, como por exemplo a análise de texto. “As ciências em grande parte não admitiram o pensamento intuitivo, somente o lógico”
Ela também nos explicou sobre a relação das pessoas como astros, disse que os astros, estão lá e eles compõem toda essa estrutura em que vivemos então deveríamos pensar que há uma relação de energia, “Não é o movimento da lua que faz a água do mar se adiantar ou recuar, é uma energia que faz a lua andar e essa mesma energia faz o mar se encaminhar, podemos dizer que eles estão sincronizados, estão dentro da mesma faixa energética. Então não são os astros que provocam os nossos comportamentos, quando a gente estuda astrologia, estudamos essa relação de energia se você nasceu dentro de uma configuração cósmica, então você nasceu dentro de uma rede, de um desenho energético. Não são eles que te fizeram agir assim, você que está dentro de uma grande estrutura energética”.
Perguntamos qual parte da astrologia ela se interessava mais e ela disse que sempre que vai ler o mapa de alguém ela começa por Saturno, que ele é um planeta que mostra para a gente os nossos processos de vida e nos faz ter consciência sobre ele, que onde ele passa ele marca uma crise e percebe que temiam saída criativa para aquilo, ela disse que fica muito emocionada quando vê a saída criativa no mapa.
Falamos o porquê de ela achar tão interessante os sonhos, ela disse que o sonho é a capacidade de contar como todas as nossas influências energéticas estão trabalhados dentro de nós, “Então prestar atenção nos sonhos é prestar atenção em muito mais percepções do que aquilo que a gente sabe” disse também que é como se fizéssemos uma ultrassonografia de tudo que acontece dentro de nós.
Ela também nos ensinou um pouco sobre os símbolos do zodíaco, mostrou como funciona o mapa astral, explicou como a lua se move em relação aos outros astros e muito mais!
Para não perder a tradição fizemos mais um pingue-pongue de perguntas.
P: Um Livro?
R: Dicionários de símbolo e aquele livro que pediram para a avó contar a história dela para os netos.
P: Um filme?
R: Asas do desejo, que é um filme em que um anjo quer virar humano.
P: Um Ídolo?
R: O primeiro é Jung que foi quem me ensinou a pensar sobre isso. Segundo é Joseph Campbell, ele foi estudando mitos pelo mundo inteiro. E Terceiro Hillman, ele pensa sobre a psique em 3 dimensões.
P: Uma frase?
R: “Quando você está dormindo é na verdade quando você está mais verdadeiro com sua vida, quando você está acordado você na verdade está sonhando”.
P: Uma série
R: Merlí.
P: Um Sonho?
R: Um sonho sonhado: dos meus 5 aos meus 9 anos, quando minha irmã começou a se interessar por arte eu sonhava que eu cortava a orelha dela, se você pensar um artista que cortou a própria orelha foi Van Gogh e é o artista que ela tem mais afeto, assim que ela começou a pintar eu parei de sonhar.
Sonhos de desejos: ver meus netos se desenvolverem, viajar com eles, estar com eles, e ver o que eles vão fazer da vida.
P: O que você mudaria no mundo?
R: Faria as pessoas dormirem mais e serem menos egóicas.
P: Uma realidade?
R: O quanto o mundo acredita que consumindo, eles vão ser tudo no mundo, a ideia de ordem e progresso que está escrito na bandeira é uma grande roubada, a desordem é um progresso porque é onde tá a criatividade. Progresso e tecnologia, eu sou amante de tecnologia.
P: Uma música?
R: Travessia do Milton Nascimento
P: O que é mais importante na sua vida?
R: Eu saber olhar a minha vida com mais confiança e menos medo, tudo o que a gente vive passa por transformações, se a gente tem medo, a gente não deixa a transformação acontecer, a gente não confia no caminho da vida, então perder o medo e deixar a vida se deslocar é bem importante para mim.
Essa entrevista foi incrível, aprendi sobre muitas coisas diferentes e novos jeitos de pensar. Agradeço muito a nossa entrevistada, Aceli Magalhães por ter nos explicado mais sobre esse tema incrível.
Escrito por Anne Silveira
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