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Escolhas Profissionais com Renata Magalhães

Foto do escritor: Anne SilveiraAnne Silveira

Nesta sexta-feira dia 16/04, entrevistamos Renata Magalhães, psicóloga e orientadora profissional. Ela falou sobre o que devemos levar em conta na hora de escolher uma profissão e como lidar com isso tudo.

Perguntamos sobre as profissões que estão em alta, ela disse que é um pouco contra pensar assim, porque isso muda muito “Teve uma pandemia que mudou completamente, a gente está vivendo uma outra situação que faz a gente mudar as perspectivas e rever o que é importante, quais são nossas prioridades” ela falou que para pensar qual é a profissão em alta a gente tem que pensar em o que é estar em alta, o que é considerado algo imprescindível. “A gente também tem que pensar não como está a profissão, o que está legal e o que não está, se paga bem ou não, mas no que cada um tem vontade, que entende como um desejo de estudar e se dedicar”.

“Medicina é um curso que não tem quase desemprego, mas e aí todo mundo aguenta? Principalmente no momento em que estamos vivendo agora”, comentou que há um tempo atrás teve um "Boom" em engenharia, que estava crescendo muito, mas que engenharia é um curso que exige muita matemática “Tá todo mundo afim dessa matemática toda?” Disse que podemos pensar diferente, ao invés de pensar em quais são as profissões em alta a gente pode pensar em qual a gente realmente gosta e que podemos fazer o mercado dar certo fazendo aquilo que gostamos.

Perguntamos também o que é legal pensar antes de escolher a profissão, ela disse que a primeira coisa que temos que fazer é tirar o peso da escolha, não pensar ai meu Deus é isso que eu vou fazer pelo resto da minha vida, “A gente pode pensar naquilo que a gente quer para os próximos anos, o mercado de trabalho é muito diverso, não significa que se eu fizer coisa X eu vou trabalhar só com ela. Não é bem assim” disse que não é para a vida inteira, a gente não vai fazer uma escolha e ficar acorrentado naquilo que a gente escolheu, que podemos refazer nossas escolhas. “Eu acho que a gente pode olhar o que queremos estudar pelos próximos anos”. Ela disse que na escola sempre nos perguntamos para que vamos usar certas coisas como a fórmula de Bhaskara, (eu particularmente não tenho ideia de onde vou usar essa fórmula na minha vida) ela falou que isso pode ser importante mas que para algumas pessoas não, e quando a gente faz a escolha de faculdade estamos escolhendo aquilo que a gente quer estudar e depois vamos ter uma consequência do que estudamos, “Uma consequência que pode seguir o mesmo caminho, ou pode ser uma escolha super diferente”, “Nem qualquer caminho pode ser uma escolha, algumas profissões realmente requerem um curso específico como medicina, não dá pra ser médico se estudou arquitetura” ela deixou claro que são só algumas profissões que precisam de um estudo específico mas que a grande maioria podemos fazer outras escolhas.

“Uma outra dica que eu dou que eu acho que é muito importante o conhecimento, a gente precisa se conhecer e conhecer o mercado de trabalho, as profissões, como as pessoas trabalham nessas profissões, conhecer o curso, a faculdade, ter informações sobre o que a gente está escolhendo. Também precisamos nos conhecer, a gente precisa saber quem nós somos, o que nós queremos, o que nos motiva, o que nos faz acordar de manhã com a sensação de que a vida tá legal, aquilo que faz a gente se sentir bem ou que pelo menos ter a sensação de que tem sentido aquilo que estamos fazendo” ela disse que se não nos enxergamos, podemos acabar só seguindo tendências e acabamos fazendo um curso sem saber mesmo se é aquilo que queremos, como ir em uma festa que todo mundo foi sem saber se queria mesmo estar lá “Festa estranha com gente esquisita, eu não tô legal”.

“Eu acho que sair direto da escola para a faculdade é uma transformação muito grande que a gente não precisa”, ela disse que muitas vezes o colégio acaba não nos dando tanta autonomia e que a faculdade não é assim, é um lugar que precisamos ter independência, ela disse que acha importante nós termos um pouco mais de vivência “As pessoas não podem dirigir, mas já podem escolher um curso” e que às vezes conhecer as cidades que temos em volta, conhecer pessoas e até mesmo trabalhar já é uma forma de ter mais experiências.

Acho que uma pergunta que com certeza todos nós já ouvimos algum dia é “O que você quer ser quando crescer” e conforme a gente vai crescendo parece que perguntam cada vez mais, para quem já sabe o que quer pode ser mais fácil, mas e para quem não sabe ou está em dúvida? “Eu acho que é uma pergunta que carrega um peso gigantesco” ela falou que quando o tempo passa nós mesmos pensamos “Nossa como eu ainda não sei o que eu quero ser?” Ela disse que talvez a gente possa pensar nessa pergunta de uma forma diferente “Quem você quer ser? Hoje e quando você crescer”, porque o que nós queremos fazer, é uma consequência de quem nós queremos ser, pensar em como nós vamos estar no nosso futuro. Ela também comentou que nós temos o privilégio de escolher o que queremos fazer mas que muitas pessoas não têm, isso que estamos vivendo é diferente do que a maioria tem acesso, mas que não precisamos fazer a escolha logo que saímos do ensino médio porque é um privilégio, que podemos relaxar um pouco e com isso podemos acabar enxergando alguma coisa que realmente queremos fazer.

Pedimos para ela dar alguns conselhos para o ensino médio, “Pensar em vocês mesmos, se olhar, olhar o que é o lugar que vocês ocupam no mundo, entender o que vocês gostam, o que é importante para você, entender o lugar de privilégio que vocês têm e como vocês se afetam com isso, acho que fazer essas reflexões sobre vocês mesmo é muito importante para pensar no futuro e no hoje também. É como se a gente estivesse saindo de uma possibilidade de alienação e fazer escolhas para cada momento do nosso dia”.


Como já está virando uma “tradição” no final das entrevistas estamos fazendo um pingue-pongue de perguntas e respostas e não foi diferente dessa vez.


P: Um livro?

R: Admirável mundo novo e Brasil pequeno.


P: Um filme?

R: Amélie Poulain


P: Um ídolo?

R: Tem pessoas que eu admiro muito, eu admiro por exemplo vocês (integrantes do jornal) de estarem levando informações para as pessoas.


P: Uma frase?

R: “Se a gente não é feito de emoção, eu não sei mais pelo que se vale viver”


P: Uma série?

R: Merlí, This is Us, Gilmore Girls.


P: Um sonho?

R: Viajar muito mais, mas talvez o meu maior sonho seria se a gente tivesse menos desigualdade no mundo.


P: O que você mudaria no mundo?

R: Totalmente a questão da desigualdade e faria as pessoas mais abertas a ouvir e olhar para o outro.


P: Uma realidade?

R: O egoísmo, fazer as coisas e não pensar no futuro, não pensar nos outros. É também uma realidade para mim ter encontrado coisas boas no meio de tanto sofrimento.


P: Uma música?

R: Terra do Caetano Veloso.


Essa entrevista tirou algumas dúvidas minhas sobre esse processo de “escolher uma profissão” e espero que tenha ajudado vocês também. Quero agradecer muito à nossa entrevistada, Renata Magalhães, por mostrar que essa escolha não vai definir tudo na nossa vida e aliviar um pouco o peso dessa escolha.


A orientadora se disponibiliza a tirar dúvidas e conversar mais um pouco com quem se interessar!


Escrito por Anne Silveira

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