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Faculdade e Arquitetura com Camila Carvalho e Gabriela Claudino

Foto do escritor: Anne SilveiraAnne Silveira

Nesta quarta-feira, dia 8 de setembro, entrevistamos uma dupla de arquitetas, a Camila Carvalho Pereira (especializada em urbanismo) e a Gabriela Claudino de Sobral (especializada em interiores).

Começamos perguntando o que elas mais sentiram dificuldade, sair da escola e ter que se adaptar à faculdade ou o vestibular. A Gabi disse que foi o vestibular porque já estava acostumada com um tipo de prova e para entrar na faculdade é completamente diferente, porém para a Camila foi a transição, devido a questão de amizades, se ela conheceria pessoas legais e a forma como tudo seria.

Perguntamos quais são os seguimentos que tem na área da arquitetura, disseram que existem vários e que os mais comuns são: arquitetura de interiores, urbanismo, topografia, curadoria, fotografia voltada para a arquitetura, e vários outros.

E uma grande polêmica é a diferença entre arquitetura e engenharia, e elas responderam de uma forma resumida “A gente chega com a receita do bolo e eles executam” explicaram que o engenheiro não tem que se preocupar em como a pessoa vai viver naquele local, que o arquiteto tem que pensar em como aquilo vai transformar a vida das pessoas mais fácil, “A gente pensa muito mais no funcionamento e nas pessoas que vão usar”.

Sobre a experiência da faculdade elas disseram que tem altos e baixos, que a adaptação foi bem difícil, e que a faculdade de arquitetura é muito corrida, “Foram dias e dias virando noite, a gente se acostumou a fazer chamada de vídeo e todo mundo virando a noite” disseram que chegavam às sete horas da manhã e só saíam de noite. Disseram que qualquer faculdade que você for fazer tem coisas que você vai gostar e coisas que você não vai gostar mas tem que aprender, que no primeiro dia deu um desespero mas perceberam que está todo mundo no mesmo barco “Você percebe que tá todo mundo lascado do mesmo jeito”. Contaram que é como um tapa na cara, tudo muda, relações, a forma que você se olha, mas no geral é uma experiência muito boa.

Sobre o TCC elas nos contaram que a área delas foi totalmente opostas, no TCC da Camila ela fez o projeto de um parque na cidade de Itaquaquecetuba, e a Gabi fez uma usina de reciclagem hidrelétrica, “O meu foi construção e o da Cami foi pensamento” a Gabi também disse que não gosta do que a Camila faz e a Camila não gosta do que ela faz.

Elas tiveram um ano pra fazer e disseram que parece muito pouco, “Você vai ficando perdido” disseram que você fica se perguntando se é aquilo mesmo que quer fazer, que começa a faltar informações sobre o local e sobre o assunto, os professores podem não saber te ajudar, que foi o ano mais puxado da faculdade, e uma vez por semana tinham que conversar com o orientador e toda semana tinha que ter uma grande evolução. “Eu trancava a porta do meu quarto e falava que não ia sair até terminar”.

Pedimos para elas explicarem melhor o seguimento que seguiram, a Cami começou falando sobre o urbanismo disse que, na arquitetura a gente sempre trabalha com escalas, então tem a escala real que é como medimos as coisas, a escala de interiores que tudo fica maior para ver as distâncias, já no urbanismo ela trabalha com a cidade, o menor desenho que ela tem é uma árvore, então é pensar como pode melhorar a qualidade de vida de alguém, como quando uma pessoa está atravessando uma avenida enorme onde os carros não param e não tem uma faixa de pedestre, ela coloca uma faixa com uma lombada, ou quando tem uma rua em que os dois lados param carros e tem muito movimento de pedestres com uma calçada pequena, então o arquiteto da área de urbanismo, esticaria a calçada e tirar uma parte do estacionamento. Pensando realmente sobre a qualidade de vida de quem está usando.

A Gabi explicou mais sobre interiores, ela disse que um designer de interiores e um arquiteto de interiores são bem diferentes, tem algumas coisas similares mas o design pensa em algo como “Qual quadro eu vou colocar aqui?” Já o arquiteto pensa se tem espaço para colocar uma cama de solteiro ou de casal, “Eu tenho que viver a vida daquela pessoa naquele lugar para ver se tá confortável o bastante para a pessoa morar ali”, ela contou que trabalha com arquitetura de interiores corporativa, como escritórios, consultório médico, entre outros. “É sempre visando o conforto diário daquela pessoa” como a altura de uma mesa, ou de um balcão, mil e um detalhes que tem que pensar para o cliente não ter dificuldades depois. “Quando se trata do meu projeto 2 milímetros importam, pra Camila não importa nem um pouco se faltam 2 milímetros ou não” ou como um escritório que não pode ter um pé direito (a altura entre o piso e o teto) muito baixo, já que te faz sentir preso e sufocado. Elas pensam em quantas lâmpadas vai colocar naquela sala, qual o piso que usa para a pessoa não sentir tanto frio ou tanto calor, se vai usar luz branca ou luz amarela, tudo isso importa.

Perguntamos qual é a maior diferença entre estar trabalhando na área e não só estar pensando e estudando sobre isso, elas disseram que são análises diferentes, em momento de vida, que quando estamos no vestibular só pensamos em passar, e quando entraram na faculdade não tinham ideia do que realmente queriam fazer, a dificuldade com 17/18 anos é pensar em que vai acontecer depois da faculdade, que a gente sempre está tentando chegar em algum lugar, quando entra na faculdade o objetivo é se formar mas e depois, qual é o objetivo? Disseram que na faculdade você começa a travar sobre isso.

Para uma pessoa que está entrando agora na arquitetura é que realmente não vai ser fácil, mas você consegue, que tem muito mais do que você pensa, você vai muito além do que pesquisa na internet, e tentar não se comparar com outras pessoas, e que se você não se esforçar, não vai dar tempo.

Elas estudaram na BA (Faculdade Belas Artes), então pedimos para elas falarem um pouco sobre a faculdade, a Cami contou que estava em dúvida entre a Mackenzie e a BA, porém ela viu que a grade da Mackenzie era muito mais técnica que a da BA, disseram que tudo o que os professores pediam tinha como fazer na faculdade, tentavam sempre explorar o lado criativo do aluno, tinha fotografia, neurociência para entender como o cérebro das pessoas funcionariam em certos ambientes, e muitas outras coisas, eles exploravam mais o lado humano que o técnico e que a BA também explorava a cidade, todo semestre tem uma matéria fixa que é projeto, você sempre vai aprender fazer alguma coisa e vê sua evolução através dessa matéria, e que todas as outras estão ali pra complementar ela, com professores conhecidos e não deixam a desejar. “Você sai dali aprendendo pelo menos uma vírgula”.


E como é tradição já, fomos para o pingue-pongue com a única diferença que foi direcionado para duas pessoas.


Um livro?

C- Cidade caminhável

G- o homem mais inteligente do mundo


Um filme?

C- Interestelar

G- Harry Potter


Um ídolo?

C- Gio Serrano

G- Kylie Jenner


Uma frase?

C- Há males que vêm pro bem

G- Tudo passa


Uma série?

C- Friends e Dark

G- Friends e The Office


Um sonho?

C- Morar fora um tempo

G- Ser independente financeiramente


O que vc mudaria no mundo?

C- fazer as pessoas pensarem no próximo

G- as pessoas saberem respeitar mais


Uma realidade?

C- nem tudo vai ser como você quer

G- confiar no seu taco, começar a arriscar mais coisas confiando em si mesmo


Uma música?

C- Closer to the edge- Thirty seconds to Mars

G- Jungle- Drake


Foi incrível saber um pouco mais sobre tudo isso que compõe a área da arquitetura, agradeço muito às meninas por disporem um pouco do tempo dela para nós.


Escrito por Anne Silveira

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