Nesta segunda-feira, dia 19/07, entrevistamos Mariana Lopez que nos falou um pouco sobre sua experiência de intercâmbio na Inglaterra e seu curso.
Começamos perguntando como ela escolheu fazer lazer e turismo, ela nos disse que foi em uma feira de estudantes da USP, onde olhou a grade horária e se interessou pelo curso já que tinham algumas matérias que ela já havia visto no ensino médio e porque era algo mais voltado à área de humanas, então ela fez o vestibular, passou e conseguiu fazer em São Paulo, onde ela queria desde o início.
Perguntamos também o que se estuda e em que se trabalha na área de lazer e turismo, ela disse que na USP Leste, em termos de graduação, se tem dois anos de ciclo básico, não importa qual seja a área que vai estudar, se passa por as matérias de psicologia, literatura, artes, biologia e outras, onde se recebe informações comuns, com matérias voltadas para pesquisa como estatística e metodologia de pesquisa. Na área do lazer e turismo, se aprende desde os fundamentos até hotelaria, eventos, agenciamento de viagens, economia do turismo, taxa de ocupação hoteleira, aprende a fazer pesquisas, marketing de destinos, planejamento público e estratégico e muitas outras coisas. Ela disse que a área que mais gosta é patrimônio, onde se aprende gestão de patrimônio no turismo, como monumentos. Relacionado às oportunidades de trabalho, quem estuda nessa área pode trabalhar em eventos, multinacionais, hotéis, agências de viagens, no setor de aviação e outras áreas.
Perguntamos o que ela aprendeu neste curso que pode levar para a vida, afirmando que as amizades, autonomia e autoconfiança foram importantes; além de nos contar que pensou em desistir várias vezes, então foi um momento de resiliência. “Eu estava buscando na minha profissão algo que vou encontrar na minha vocação” disse que não vai encontrar tudo o que quer na profissão, vão ter coisas que ela não gosta e vai ter que fazer.
Ela disse que se formou no começo desse ano e que o turismo foi um dos setores mais atingidos pela pandemia e que pretende seguir carreira na área de patrimônio e museologia, que não está trabalhando na área ainda, mas está dando aulas de inglês até a situação da pandemia melhorar.
Sobre o intercâmbio, ela foi para a Inglaterra durante a universidade, ficando seis meses lá, então deu tempo de conhecer muita coisa, ela comparou a Inglaterra com São Paulo “Você fala que demora duas horas pra chegar em algum lugar e eles já caem pra trás, e para a gente é normal” disse que dá para ver muitas coisas e lugares. Ela foi para lá estudar artes plásticas, então estudou filosofia antiga, museologia e história da arte. “Aqui no Brasil eu chegava a fazer 10 matérias por semestre e lá eu só tinha três” ela disse que estranhou, mas que a carga horária é maior porque lá na Inglaterra se passa menos tempo na sala de aula em si: “Então você nunca vai ter uma aula de quatro horas por exemplo que é padrão aqui no Brasil ser quatro horas por dia, lá isso não existe”. Ela explicou para nós que eles têm uma hora de palestras, igual vemos em filmes, e depois com grupos alternados, na mesma semana, se tem duas horas de seminário: “são grupos de discussões sobre texto, sobre a matéria e tem uma atenção específica”. Ela também contou que no plano de horas eles também contam as horas que os estudantes estudam em casa e isso varia de matéria para matéria.
Ela conseguiu o intercâmbio pela própria faculdade, uma bolsa de mérito acadêmico, sendo uma parceria da USP com o Santander, “Os melhores alunos por nota são selecionados”, ela precisou de uma certificação do consulado britânico para afirmar que ela falava inglês, também disse que eles possuíam algumas exigências para poder concorrer. Então acabou conseguindo ir para a Inglaterra com uma bolsa de 20 mil reais.
Ela disse que teria se arrependido de ter desistido, que só se arrependeu de não ter ficado um ano, já que ficou só seis meses, mas que seria muito caro se manter lá.
Perguntamos também o que ela mais e menos gostou durante a experiência, dizendo que o clima foi muito complicado, “Aí você entende porque os Beatles gravaram uma música para o sol, porque quando sai é realmente um milagre”. Ela contou que adorou os pubs, a universidade, como as pessoas eram receptivas, as amizades que fez e dos clubes que eles têm sobre alguns interesses em comum: "Têm o clube de francês que você se junta para tomar vinho na quinta à tarde, o clube de quem é dono de peixe…” Falou que a universidade que ela ficou é conhecida por ter muitos clubes assim, tendo até clube de dança da corte (danças no estilo “A Bela e a Fera”).
Ela disse que tem muitas opções de acomodação, onde é possível escolher o que você quer quando vai, a própria universidade tem as acomodações, então você fecha tudo a instituição, “Então você preenchia um formulário tipo ‘Ah, eu não como carne, eu não fumo, quero morar só com meninas’, então você vai preenchendo esse formulário e coloca umas três opções de casas que você gostaria de morar”. Ela disse que eles não almoçam, só comem lanchinhos e que não tem nem intervalo ou horário de almoço.
“Eu diria que é uma viagem, pensando em seis meses, que dá uns 25, 20 mil reais, depende muito do estilo de vida que você vai levar”. Também alertou que depende de onde e quando você vai viajar, onde você vai comer, se vai cozinhar, as festas que você vai, os passeios que vai fazer e tudo mais. “É que você está nesse estágio de viagem, então você quer viajar, quer sair“
Perguntamos também se ela ficou com medo do “santo não bater” com alguém na casa onde ela ficou, ela disse que não teve host-family, onde ela ficou só tinham jovens, mantinham diversas regras para serem seguidas. Afirmou que não estava insegura com um possível estranhamento, que foi bem aberta e que quando você está no intercâmbio não está nem aí para coisas chatas.
Como ela também foi para a França, perguntamos como foi esta experiência, ficou um mês no país e disse que tinha um friozinho na barriga por conta do idioma, mas passou quando ela chegou “Cheguei em Paris, já virou o Brasil também porque o que tinha de brasileiro…”
Ela nos contou que nunca tinha viajado sozinha, a irmã e a prima já tinham realizado um intercâmbio e a família zoava um pouco ela dizendo que já tinha ido até outras cidades próximas a São Paulo, então estava louca para ir também.
“Foi um momento de realizar muitos sonhos que eu já tinha”, ela comentou sobre o intercâmbio, que ficou triste por não ter ido no ensino médio, mas ter ido na universidade foi bom, ela já tinha mais autonomia e já era maior de 18. Também falou que essa oportunidade a ajudou na decisão de cursar museologia.
E para encerrar, como já é de costume por aqui, fizemos mais um pingue-pongue:
Um livro?
Admirável mundo novo.
Um filme?
Casablanca.
Um ídolo?
Freddie Mercury.
Uma frase?
“Até mesmo a bondade em demasia morre do próprio excesso” – Hamlet.
Uma série?
Dom.
Um sonho?
Falar mais de três idiomas fluentemente.
O que você mudaria no mundo?
Eu mesma.
Uma realidade?
O fim do Covid e das máscaras, a vida como era antes.
Uma música?
As Time Goes By – Dooley Wilson
O que é mais importante na sua vida?
Minha família e a minha própria vida.
Agradecemos muito a nossa entrevistada Mariana Lopez que nos tirou muitas dúvidas sobre intercâmbio e esperamos que tenha ajudado vocês também!!
Escrito por Anne SIlveira
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